
Estou a morrer... não estaremos todos?
Do ponto de vista existencialista a morte não é um prolongamento, é um fim. A morte representa o fim da nossa existência, da nossa vida e começamos a perceber isso a partir do momento em que temos capacidade de raciocínio.
E então? O que fazemos nós para viver em pleno uma existência que espera inevitavelmente pelo seu final? Várias coisas:
1. Preocupamo-nos em ganhar o suficiente para pagar as contas, o que será acertado e prioritário, mas não deveria ser colocado em primeiro lugar;
2. Preocupamo-nos em ter dinheiro para comprar aquelas botas giríssimas (no caso das mulheres) e aquele telemóvel topo de gama (para os meninos), total e absolutamente supérfluo;
3. Passamos o dia a lamentar-nos que não temos uma vida amorosa estável quando, na maioria dos casos, esse é o único ponto menos positivo da nossa vida;
4. Aborrecemo-nos e achamo-nos no direito de aborrecer os outros em situações de sumenos importância e de relevância nula para o nosso saudável e harmonioso dia-a-dia.
5. Poderia enumerar um rol de coisas que, bem pensadas, nem sequer fazem sentido.
E isto tudo porquê se estamos a morrer?
Estou a morrer hoje... amanhã mais um bocadinho... e depois... e depois... cada vez mais perto!
Estou a morrer e raios me partam se não vou viver em pleno até o meu dia chegar!