domingo, 28 de setembro de 2008

Se eu sentir...





Há já uns dias que a cama me sabe a nada
Me cheira à falta de um odor masculino
De um corpo que me ajude a engelhar os lençóis
A atirar tudo ao chão.
Apetece-me sentir alguém contra mim
Desafiar as leis da gravidade
Apetece-me tocar, cheirar, saborear
Apetece-me sentir que faço parte do desejo de alguém.
Sobretudo apetece-me que me apeteça
Que me deixe levar e sentir sem reservas
Ainda que não haja amanhã com esse alguém.
Às vezes é bom pensar só no presente
Não imaginar ausências nem presenças mudas
Nem querer mais do que o hoje estipula.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O beijo...




Há tantos beijos e tão diferentes
Que não sei que dizer
O beijo de irmão, que nos estende a mão
O beijo amizade, que é sempre verdade
O beijo guloso, que é ardiloso
O beijo de amor, que emana calor.
E há tantos beijos que matam desejos
Há tantos desejos de arrancar beijos
E quantos mais sejam mais se desejam.
Há aquele beijo que não estamos à espera
Depois queremos mais de tão bom que era.
Aquele ardente de tão desejado
Que nos faz rolar lágrimas por ter acabado.
O beijo roubado num lado qualquer
É inacabado se alguém não o quer,
Mas se alguém o pediu com convicção
Ao tê-lo na boca perde a razão
Desfaz-se em pedaços, estende os seus braços
Não encontra defeito, num beijo perfeito.
E há aquele beijo com que tenho sonhado
Não é dos fingidos nem dos assustados,
Não é dos perdidos, nem é dos achados,
É um beijo simples de lábios colados
De língua molhada que vagueia perdida
Que faz da minha boca a sua avenida
Um beijo sentido, um beijo só meu
Não lhe conheço o emissor
Mas o destinatário sou eu!